quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Poder de Atração

To cansada de viver como se eu tivesse um poder que eu não tenho e do qual eu não posso me aproveitar. To cansada desse 'poder' so servir pra afastar as pessoas de mim. To cansada de ter que ficar me esquivando e de nunca poder ter certeza se é verdade, por que não ia poder ser. É como se eu despertasse um estranho fascínio, mas nunca pudesse ser mais que uma ‘ótima amiga’.

Sou sempre aquela ‘indispensável’, que é ‘diferente’, que entende o que ninguém mais entende, que é paciente, que é carinhosa, que é capaz de fazer entender a cabeça “complicada” das mulheres. Aquela por quem eles se encantam, mas que acham que nunca poderiam ter. Tudo nunca passa de uma ‘impressão’ que, se questionada, possivelmente me fará ouvir que estou errada, seja por sinceridade ou por medo – continuando a dúvida.

Há sempre aqueles momentos em que eu sei exatamente qual a resposta esperada. Eu sei exatamente as palavras que se deseja ouvir. Eu sei exatamente o que dizer. Eu sei que se diria tudo aquilo que eu queria escutar. Mas eu to cansada de ter que calar, de não poder dizer, de fingir não notar, de não poder pagar pra ver, por saber que, na verdade, nunca ia poder ser. No final das contas, não poderia oferecer mais que a minha amizade. Esse alguém não poderia ser meu e eu nunca poderia ser desse alguém.

To cansada de me sentir culpada como seu fosse errado despertar qualquer interesse, como se fosse impossível alguém simplesmente gostar de mim, como se não devesse deixar ninguém me notar no meio da multidão - E isso quando tudo o que mais se deseja é ser notada. Quando queria acreditar ser capaz de conquistar, de seduzir, de ser olhada como mulher e testar todo esse poder de atração.

Às vezes acho que sou perigosa. Que provoco sentimentos destrutivos nas pessoas e elas precisam se afastar para se protegerem de mim. Cansei de ser deixada pra trás sozinha e abandonada por ser boa ‘demais’. De que adianta então tanta perfeição? Se sou tão boa, porque não se esforçar pra ser bom o bastante para mim?

Sou alguém que eles passam a amar com um amor que mistura carinho e respeito e acaba por se transformar numa “responsabilidade” de cuidar de mim. Dizem que eu mereço algo que eles não serão capazes de me dar e é como se se dedicassem a me proteger pra eu não sofrer. Só que não sou uma boneca de louça que vai quebrar se alguém encostar. Eu sou capaz de lidar com problemas e sei que alguém pode um dia me magoar, mesmo sem querer. Eu não preciso ser protegida. Eu preciso ser amada.

Faço tudo para conservar amizades, mas to cansada dessa sina de nunca poder ser mais que apenas a melhor-amiga. To cansada de ter que guardar meu carinho e não poder dedicá-lo a alguém e de ser digna de também receber carinho em troca. De também ter alguém pra mim e por mim, comigo.

Eu to cansada de aparecer no momento errado na vida das pessoas. “Se fosse em outra época...”, “se as circunstâncias fossem outras...”, “se as coisas fossem diferentes...”. To cansada das suposições do “se”. De que adianta ficar pensando assim quando não é possível mudar o passado?! O terreno do “se” é muito incerto. Não gosto de caminhar sobre ele. Prefiro o solo firme da realidade presente para construir o meu futuro.

To cansada de me sentir sozinha. Não me faça acreditar que eu tenho um poder se nunca vou poder usá-lo para te trazer pra perto de mim. Eu não quero ser apenas sua melhor amiga. Eu não suportaria te ouvir contar-me 'as dores de outro amor e acabar comigo'.

domingo, 12 de setembro de 2010

Carente

Me sinto só...

Eu to precisando me sentir amada. Eu preciso pensar que eu ia fazer falta, mesmo que às vezes eu ache isso apenas uma ilusão... uma mentira. Porque mesmo ‘sabendo’... sinto falta de ouvir isso. Porque é tão difícil alguém dizer que gosta de mim? Porque todo mundo acha que eu sempre sei? Porque eu sempre tenho que saber?

Eu não quero parecer triste... mas eu sinto falta das palavras. Eu não sou tão convencida quanto pareço. É só tipo... e às vezes eu queria não precisar fazê-lo. Porque eu não posso ser vista como uma pessoa adulta e responsável se eu disser que eu quero colo? É um crime tão grande assim querer ser mimada e desejar um cafuné?

Eu queria poder me deixar parecer frágil... e até insegura. Eu queria ser digna do aconchego de um abraço. Porque preciso sempre parecer independente e auto-suficiente?! Eu não vejo problemas em depender de alguém em certos momentos. Afinal, qual é sentido de existir se é pra estar só?! Se não houver alguém pra amar, e nos fazer sentir amados?

Eu quero não precisar de motivos pra ligar... eu sinto falta das conversas casuais... Compartilhar a existência e os sentimentos e angustias, por mais banais que sejam. Me sentir reconhecida, lembrada, querida.

Desinteresse mata.
Eu acredito em encontros, desencontros e na teoria do caos.

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Dois textos parecem me cair como uma luva e me traduzir perfeitamente meus sentimentos: esse e esse, do 'olhos pisados' de daniel josé #ficadica

terça-feira, 7 de setembro de 2010

Behind Blue Eyes

Acredite, só sei sorrir largo porque meus olhos sabem também chorar. Eles colocam pra fora as dores e deixam a alegria entrar. Meus olhos sempre me denunciam. Eles insistem em falar mesmo quando me calo. São a parte mais silenciosa de mim e a que mais grita por atenção. E quando eles brilham olhando pra você, só você não vê.

O que o sorriso disfarça, os olhos revelam!


 
"Os meus olhos vidram ao te ver. São dois fãs, um par
Pus no olhos vidros pra poder melhor te enxergar
Luz nos olhos para anoitecer é só você se afastar..."

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

(In)Diferente

Posso parecer não muito dada a mudanças, mas isso é só impressão. Mudar faz parte da vida. É importante e necessário pra sobreviver.

No entanto, nem todas as mudanças acontecem como um terremoto ou uma explosão e subitamente tudo que somos vira uma pessoa diferente. As mais importantes mudanças acontecem tão dentro da gente que a maioria das pessoas nem vai perceber. São pequenas coisas. Pequenos gestos. Mas elas fazem com quem o mundo nos pareça diferente.

E nem tudo precisa ser mudado. Algumas coisas precisam ser preservadas numa época em que tudo muda tão depressa. É preciso conservar certos valores, para que não se deixe de ser quem se é; não se torne uma outra pessoa tão diferente, que nem você mesmo se reconhece diante do espelho.

Certas coisas é preciso deixar pra trás. É preciso saber quando deixar de lutar por algumas coisas, quando abandonar outras. É preciso mudar defeitos. Mas, sobretudo, é preciso saber manter qualidades, mesmo que os sofrimentos da vida tentem nos endurecer. É preciso aprender a ser seletivos. E cada um precisa descobrir como e quando mudar.

Um belo dia você olha pra você mesmo e se sente diferente. Mas o que acho mais legal é olhar pra mim mesma e ver que mudei, cresci, amadureci! Aprendi a lidar melhor com certas situações, conheci outros pontos de vista, vivi outras experiências.

A mulher de hoje não cabe mais na menina de alguns anos atrás. Mas a menina de antes, continua aqui dentro. As tantas coisas que passei na vida me ensinaram muito. Me ensinaram a ser mais eu. Conseguiram ampliar ainda mais meu horizonte, sem anular a minha essência. Aprendi a ser mais seletiva.

 
"Sou como você me vê . Posso ser leve como uma brisa ou forte como uma ventania - depende de quando e como você me vê passar" Clarice Lispector


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Quando você pensa que já viu tudo e que já sabe tudo sobre mim, você ainda não viu nada! Ainda posso te surpreender, te emocionar, te fazer rir. E você pode achar o que quiser, só não pode ficar indiferente. Escrever sempre me ajuda a colocar pra fora sentimentos que precisam mudar.

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

O Benefício da Dúvida

Hoje eu to aqui na Jaqueira. Sinto-me triste e só.

Não, não é por pensar nos casais de namorados, nem pela tristeza de não ter podido aproveitá-lo como meu lugar, ao lado do meu amor, nem ao menos uma vez. Não é pela saudade de quando eu tinha fôlego para as caminhadas freqüentes que me davam tanto prazer e me faziam sentir-me tão saudável. Não é por ficar olhando apaixonadamente as crianças brincando ou por sentir saudades das tardes e noites em que eu mesma brinquei nesse mesmo parque. Nem pelo medo de não chegar a ter crianças para trazer para brincar aqui.

Hoje me entristeci pela saudade de quem me acompanhou numa das últimas vezes que aqui estive. E que dividiu comigo os sonhos, os desabafos e que me ouviu falar sobre casais de namorados e crianças. Senti falta da amizade, da alegria, dos nossos papos, viagens, da nossa sintonia que dispensava legendas. Senti falta de fazer parte da vida dessa pessoa. Senti falta dessa pessoa em minha vida.

Por que parece tudo tão distante? Tão esquecido? Você desistiu de mim? Você não vai voltar? Não serei motivo? Não te faço sentir saudades? Como você pode deixar um vazio tão grande sendo tão pequeno?

Eu acredito. Eu te dou o benefício da dúvida. Mas tenho medo.
Será que o meu amigo, que eu conhecia, não existe mais?


“Não é fácil não pensar em você. Não é fácil. É estranho...
Não te contar meus planos. Não te encontrar.”
[Não é fácil – Marisa Monte]

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Qual a finalidade de enviar cartas que nunca são respondidas?! Cansei de ficar esperando respostas que não vêm. Das últimas que mandei, já nem espero resposta.

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Futuro do Pretérito

Ela acordou e levantou de mansinho para não acordá-lo. Foi direto para o banheiro. Abriu a torneira e diante do espelho deixou a água escorrer entre seus dedos e molhou seu rosto...

Durante aqueles minutos de espera, muitas coisas passaram pela sua cabeça. Momentos... lembranças... Tudo que a havia levado até ali: o dia em que se conheceram, a maneira com que eles haviam se aproximado, se apaixonado. O primeiro beijo, o primeiro eu-te-amo. Os sorrisos, as mãos dadas. A primeira briga, a primeira reconciliação.

Os dias que pareciam não passar quando estavam longe. As lágrimas, a saudade. A tristeza quando se desentendiam, a alegria quando se reencontravam. O dia que ele a pediu em casamento. A surpresa. A maneira que ela disse sim. A primeira vez... O jeito que só ele a olhava unindo desejo, respeito, paixão.

O olhar dele cada vez que ela vestia a sua bata pra ir trabalhar. A maneira com que continuavam a se despedir com beijos antes de saírem. A maneira como que eles se reencontravam após cada dia de trabalho, como se tivessem passado uma eternidade sem se ver. A maneira dele a despir da bata quando ela chegava.

A maneira desajeitada dele pedir desculpa quando sabia que a tinha magoado e o jeito com que ele a abraçava quando ela chorava. O jeito que ele a deixava nervosa quando ficava calado e ela não sabia o porquê. A maneira com que ele lhe passava as mãos nos cabelos e que envolvia a sua cintura. A maneira que ele cantava todas as músicas como se fosse pra ela sempre que ensaiava as notas na sua guitarra favorita.

Os momentos em que eles respiravam o mesmo ar, eram o ar um do outro. O sorriso dele, o sorriso dela quando apenas pensava nele. As brincadeiras, as guerras de pipoca, os beijos de brigadeiro. Os dias que ela pegava no sono enquanto ele via TV, deitados no tapete da sala. Todas as comédias que ela não ria, todos os romances que ele não chorava. O quanto ela era feliz por estar ali, pela vida que tinha, com ele fazendo parte. Ela sendo parte da vida dele.

Finalmente a confirmação: ela realizaria mais um sonho. Seria mãe de um filho dele. Daria a ele um filho seu. Sua alegria não poderia ser mais completa. Era um pedacinho da felicidade deles dentro dela.

Ela sorriu ao se ver radiantemente sorrindo no espelho. Abriu a porta do banheiro e o viu ainda deitado na cama... dormindo... sereno... como quem sorria de um sonho bom. Ela ficou alguns instantes sorrindo diante daquela cena... apenas observando ele dormir.

Resolveu que apenas iria voltar pra cama, pros braços dele, quem sabe entrar no seu sonho e fazer-lhe uma surpresa. Encostou no seu braço e isso bastou para que ele sorrindo a abraçasse e apropriadamente acomodasse as suas mãos sobre a barriga dela.

E ficaram os três ali.

sexta-feira, 30 de julho de 2010

Impressão

Não me importa se você não repara nas minhas unhas vermelhas impecáveis ou no traço perfeito do meu delineador. Você não precisa entender de moda ou de como os meus sapatos combinam com a minha roupa. Basta apenas que tudo isso valha a pena e que simplesmente te veja olhar-me impressionado dizendo – “como você tá linda, meu amor!”

No final das contas, é sempre pra você.


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Sinto falta dos elogios constantemente calados.

sábado, 12 de junho de 2010

Refrão de um Bolero

Ao menino do sorriso mais lindo do mundo.

Eu sei que é estranho eu passar tanto tempo calada, sem dizer nada. Eu sei que pode parecer que to te evitando. Sei que posso até fazer parecer que tudo tem sido muito fácil e que já não sinto tanto. Mas nem tudo é o que parece. Seus olhos só vêem uma parte da história. E meu sorriso disfarça as lágrimas e esconde a dor.

O problema é que não vou consigo me manter por perto. Não sem poder te dizer tudo aquilo que grita dentro de mim, sem poder compartilhar tudo contigo. Não vendo você tentando ser frio e indiferente a mim. Não esperando por elogios que nunca vêem. Não sem poder contar com o seu carinho. Não sem poder te cobrir de mimos. Não morrendo de curiosidade sobre a sua rotina e morrendo de ciúmes de todo mundo que participa dela mais que eu. Porque eu sei que não adianta eu tentar me conter.

Eu já sei o que acontece quando eu insisto em calar. Quando seguro demais as palavras dentro de mim, uma hora elas fogem, escapam descontroladas, transbordam numa intensidade tremenda. Quando eu menos espero, falei sem pensar! Me arrependo roendo as unhas... Me sinto cometendo um crime sem perdão: ser sincera como já não posso ser. É.. um erro assim, tão vulgar.

O problema é que não consigo me manter distante. Não com você invadindo cada pensamento meu. Me fazendo lembrar de você o tempo todo. Na música que toca, no cheiro de Listerine. Me perseguindo em todos os lugares, nas lojas de departamento, no ônibus, atrás de mim nas escadas rolantes. Sussurrando no meu ouvido em público. Me distraindo quando preciso me concentrar, mas tudo em que eu consigo pensar é no seu sorriso.

Sabe.. se pelo menos eu conseguisse sentir raiva de você, ou acreditar que você não é nada disso e que tudo não passa de fantasia minha, tudo poderia até ser mais fácil. Mas a sua cara de mal e esse seu tipo podem enganar a todo mundo, não a mim.

Lamento te dizer, mas você é um péssimo ator! E você não me convence encenando esse papel do ‘cara que você não é’. Mesmo assim eu fico triste quando vejo que você continua a tentar me convencer. É como se você quisesse transformar todo o resto numa mentira, como se nada daquilo fosse real. Ou pior, falando como se o que eu sinto fosse uma mentira. Querendo insinuar que te esqueci e que procuro teu carinho em outros braços. Quando minha carência é de você e ninguém mais sacia. Ela não me aproxima dos outros, me afasta. Para estar com companhia é preciso estar bem. Vai ver por isso ando um tanto só.

Não adianta querer me convencer que já não sou importante na sua vida e continuar a ter ciúmes de mim. Não dá pra ter ciúmes de mim se você não vai estar aqui pra me abraçar quando eu preciso. E como eu posso querer outro abraço se o único que eu realmente desejo é o seu?

Desculpa, mas eu não vou facilitar as coisas pra você. Eu não vou deixar você acabar se convencendo e acreditando na mentira que você mesmo inventou. Eu não vou participar do seu teatro fazendo o papel da ‘moça que vale a pena você esquecer’. Você sabe que o meu realismo estraga tudo. E a realidade é a seguinte:

Eu te amo e ainda não descobri nada que mude essa realidade, mesmo você fazendo questão ser tão chato e tentando me convencer que eu não deveria te amar. Eu sou a mulher da sua vida e você não vai encontrar ninguém que te ame mais que eu, acho melhor você se conformar.

Eu sei que lá no fundo você é um convencido! Você sempre acha que tudo que eu escrevo é pra você, quando na maioria das vezes eu estou só conversando comigo mesma ou com a minha imaginação. Mas se você é parte de mim, como posso separar as coisas? É tudo tão misturado que não sei onde começa uma coisa e onde termina a outra. É simplesmente complicado me sentir privada de uma parte de mim.

Por isso hoje eu estou aqui, rompendo o silencio e declaradamente escrevendo pra você. É torturante ter que guardar todas essas palavras. Eu posso não dizer, mas as palavras continuam todas aqui, comigo.

Escrever é um meio de procurar a minha paz. Paz que você levou embora deixando apenas essa ansiedade tumultuando os pensamentos. Bandido! Eu sei que você roubou meu coração. Pode ficar com ele, mas devolve ao menos a minha paz!



Ass: Ana
Aquela que ainda atrai os seus instintos mais sacanas.

sexta-feira, 23 de abril de 2010

Alucinação.

Eu hoje estava me sentindo sozinha, olhando pela janela, fone no ouvido... Até que senti você sentando ao meu lado e simplesmente encostei no teu ombro. Deixei apenas a música tocar e fiquei sentindo teu perfume, teu cheiro. Pensei em sugerir descermos na parada do shopping e pegarmos a próxima sessão de qualquer filme. Ou então parar no parque... aproveitar o fim de tarde, o pôr-do-sol. Mas não tive ação. Parecia tão mais cômodo simplesmente continuar ali, apenas te sentindo. Qualquer coisa que me fizesse sair daquele equilíbrio poderia me acordar do sonho.

Lei da inércia.


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Ando sinestésica.
Alucinações sensoriais já se tornam corriqueiras e normais.

quinta-feira, 15 de abril de 2010

Óculos Escuros

Ao pequeno notável.

Vc me faz muita, muita falta, meu amigo.

Há tanto que eu escrevo que eu gostaria que vc lesse... que visse...
Há tanto que sinto que gostaria de te dizer.

I ask to me everyday if you still love and remeber me....

Hoje (não apenas, mas especialmente... talvez pq hoje é um daqueles dias de nó na garganta) nossas músicas tocaram uma atrás da outra no radio... Senti saudade (e vontade) de sair cantando no meio da rua com você... Ou de roubar tua agenda pra rabiscar trechos e insights...

Eu teria te ligado se seu número ainda fosse o mesmo.... podia fingir que foi engano e simplesmente cantarolar como se não tivesse visto discar...


"And we don't care about the young folks
Talkin' 'bout the young style
And we don't care about the old folks
Talkin' 'bout the old style too

And we don't care about their own faults
Talkin' 'bout our own style
All we care 'bout is talking
Talking only me and you

Usually when things has gone this far
People tend to disappear
No one will surprise me unless you do

I can tell there's something goin' on
Hours seem to disappear
Everyone is leaving I'm still with you"

But I am not with you... and you are not with me....

Os óculos escuros que usava, por causa de uma certa dor-de-cabeça, me pareceram bem oportunos enquanto lágrimas escorriam e eu ouvia


"Lovers, they may cause you tears
Go ahead release your fears
Stand up and be counted
Don't be ashamed to cry"

Pensava que era pra mim que se dizia

"You gotta be bad, you gotta be bold, you gotta be wiser
You gotta be hard, you gotta be tough, you gotta be stronger
You gotta be cool, you gotta be calm, you gotta stay together"

E repetia

"All i know, all i know, love will save the day"

 Eu só preciso de uma palavra. Vc também sente? 

                                                                    Ass: Cherie

sábado, 3 de abril de 2010

Só pessoas.

As pessoas deviam ser só pessoas. Não deveriam estar dividas ou rotuladas em “elegíveis” e “não-elegíveis”, “proibidas” ou “permitidas”.

A mágica, o encanto que une duas pessoas, mesmo numa amizade, é tão raro, tão lindo, tão especial... Isso devia poder ser vivido e não ter que ser negado, suprimido, disfarçado.

As histórias deviam poder continuar sem que tivessem que se tornar apenas histórias de “meninos perdidos” que nos deixaram com um sorriso nos lábios quando entramos sozinhas no vagão do trem.

Se é tão raro, e se não acontecer de novo? Se nunca mais ninguém conseguir me fazer sentir isso de novo? Acho que não vou me contentar com menos que isso depois de saber como pode ser.

Enquanto não descubro as respostas, eu continuo me perdendo entre sorrisos, olhares e reticências... que sempre me fazem querer continuar a história pra ver aonde ela vai dar.

quarta-feira, 17 de março de 2010

Coisas que você (não) precisa saber...

Não se deixe levar (apenas) por suas primeiras impressões sobre mim. Não sou apenas um belo sorriso, tampouco apenas mais um par de olhos tristes. Meus olhos são olhos que falam e podem ter longas conversas com os seus. São olhos que também sabem sorrir muito bem.

Quando você me vir sentada e quieta numa festa, não me tome por uma pessoa séria, recatada e um tanto anti-social. Mas também quando me vir rodeada de amigos, não me julgue como uma apenas mais uma garotinha popular.

Tenho a tendência de ficar envergonhada perto das pessoas que eu gosto e acabar sem saber o que falar. Mas posso disfarçar muito bem minha timidez em muitas palavras. E por isso mesmo é possível que eu fale sem parar. Posso parecer muito eloqüente ou provavelmente bastante desastrada.

Não pense que não sei dançar. E quando me vir dançando não pense que não sei recusar. Quando eu recusar, não pense que quero te magoar.

Quando você me achar boba, não pense que não sei falar serio. E quando me vir falando sério, não pense que não sou capaz de falar besteiras. Não sei contar piadas. E possivelmente não vou rir quando todos rirem nos filmes de comédia.

Sou alguém que tanta fazer as coisas certas, mas não pense que tenho pretensão nenhuma de parecer perfeitinha. Eu sou alguém que erra, que tem defeitos, que pode sem querer machucar alguém e que vai precisar de perdão. Sou alguém que pede ajuda quando não sabe fazer sozinha. Também preciso de críticas sinceras que me ajudem a melhorar.

Talvez às vezes eu possa parecer chata, fria, indiferente e pode até parecer que quero continuar distante. Mas não é nada disso, na maioria das vezes é só medo. Medo de sofrer de novo, de me apegar e acabar machucada, ferida. Quando eu gosto não sei ser superficial e acabo tendo medo de me apegar. Eu não sou boa com despedidas.

Amei. Amei demais. (Não sei exatamente se esse é o tempo verbal correto para essa frase.) Mas assim como amei, também sofri. E não posso negar que todo esse sofrimento (e esse amor) me deixou marcas, cicatrizes, algumas muito profundas.

Qualquer um que queira fazer parte da minha vida, inevitavelmente será confrontado com elas. Elas explicam muito dos meus medos, inseguranças. Elas justificam algumas das minhas atitudes e são responsáveis por muito dos meus contornos. Só espero que você não se assuste com elas, nem desista antes mesmo de tentar.

Como todo mundo eu posso ter dias ruins, sentir cólica, dor de barriga, ficar de mau-humor. Eu posso falar pelos cotovelos, mas posso também dar uma de autista e ficar isolada e calada no meu mundinho. Posso até parecer impaciente, mas sei ouvir durante horas quando isso é necessário. Posso falar até sozinha, mas, acredite, sei usar de poucas palavras.

Também tenho medo, sinto solidão, fico carente, me acho feia certos dias no espelho. E gosto de receber elogios sinceros, mesmo que eles me deixem encabulada. Posso fazer manha só pra ganhar um carinho, pra conseguir mais um abraço. Mas abraço de verdade e beijo sempre com vontade. Sei fazer um cafuné maravilhoso.

Fico melancólica nos dias de chuva e gosto das tardes e noites frias, de preferência bem acompanhada, nem que seja por um bom filme com chocolate quente. Aprecio boa música, bons livros e bons vinhos. Sou apaixonada pela lua, pelos lírios e pelas borboletas. Morro de vontade de ter filhos e de voltar a ter cachorros. Eu luto pelo que acredito e defendo quem amo.

Mais que isso, acho que você precisa merecer pra saber.

sexta-feira, 12 de março de 2010

Antes e Depois

É doloroso pensar no antes, e muitas vezes eu prefiro não pensar, mas nada se compara a angústia de pensar no depois.

Antes, eu não existia. Não havia o sentimento tão forte e tão lindo que nos uniu. Não havia o compromisso. Não havia nós. Mas pensar no depois significa que deixei de ser. Significa ser esquecida, ser superada, ser substituída. Significa não mais despertar o interesse. Significa não mais sentir por mim. Significa que o encanto que eu despertava é passado. Isso dói.

Mas é mais que isso. Significa não apenas não ter aquilo que ainda desejo como também ver esse alguém pertencer a outra pessoa. Não suporto pensar em outro alguém recebendo os carinhos que um dia foram pra mim. Não suporto a idéia de pensar alguém ocupando o lugar que foi meu, no lugar em que eu gostaria de ainda estar. E apenas imaginar isso já é suficiente pra me transtornar.

Não quero ser esquecida! Não quero ser superada! Não quero ser substituída! Não consigo me acostumar em não te ter. Não suporto ver ou sequer pensar em ver aquilo que ainda desejo ser de outra!

Não consigo querer mais ninguém, não consigo sequer imaginar mais alguém do meu lado. Meu sentimento e meu carinho são por ti e não podem ser de mais ninguém. Não consigo pensar num depois porque não consigo deixar de querer que o antes ainda fosse durante e o que o durante pudesse ser para sempre.



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Esquecer nunca foi meu forte. As datas são só detalhes... são apenas marcos que constatam que o tempo passa e os sentimentos continuam. Isso me desespera.

É irreversível.

quarta-feira, 10 de março de 2010

Palavras não mudam nada!

Eu não estou confusa. Está tudo muito bem organizado na minha cabeça. Eu sei o que eu quero, mas sei muito bem também o que eu não posso. E é essa impotência que me incomoda. Porque, se não pode ser sim, a única resposta que sobra é não.

Eu até sei dizer, dá explicações, mostrar todos os porquês, os prós e contras, mas eu não tenho a menor vontade de fazer nada disso. Palavras não vão mudar nada, não vão resolver nada. Palavras não mudam o sentimento dentro do peito, não fazem instantaneamente parar de sentir. Continua tudo aqui, só que nem tudo ainda pode ser dito e eu sinto falta das palavras.

As palavras mudaram tudo. As palavras já não são as mesmas. Tudo parece igual. Ainda há conversas, ainda há simpatia. Tudo parece muito natural. Mas a falta de palavras antes presentes revela. Não mais “amor”, não mais “meu bem”. O impulso ainda existe, mas a hesitação denuncia. O bem não é mais meu.

Eu não to preocupada em estar livre, apenas precisava te deixar livre pra escolher se você quer está livre ou não. Eu sinto tanta coisa que não posso dizer. Por isso escrevo. Escrevo mas acho que não faria bem a ninguém me ler. Escrevo pra ninguém, mas, mesmo assim, eu continuo na busca de palavras que consigam exprimir o inexprimível, o sentimento que as palavras não alcançam.

Existem dores que são indizíveis, por isso precisam ser gritadas, choradas, expurgadas. Eu sinto e não cabe dentro de mim, transborda. Mas como meu drama pode não ser entendido, pode ser condenado, eu insisto em procurar palavras, as suas ‘mais insuportáveis combinações, numa busca vã de um peso equivalente ao imensurável’. Escrever é minha fuga e minha terapia. Eu me entendo escrevendo.

Se eu não consigo dizer é quase como se eu não pudesse sentir. Li uma vez que nós pensamos por palavras e, quanto maior for o nosso vocabulário, mais precisos serão os nossos pensamentos, mais rigorosos, mais vastos. Concordo com isso, embora sentir anteceda as palavras.

Eu tenho um caso de amor com as palavras, com sua beleza, com seu sentido único, elas não estão ali por acaso. Se está escrito ‘lindo’ e não ‘bonito’ é porque existe uma intensidade exata da beleza. Às vezes, chega a ser engraçado quando escolho palavras pouco usuais e alguns acabam não me entendendo e até me corrigindo.

Para certas coisas não existem sinônimos. Eu sempre reparei nas palavras. Por isso tão chata com o que escrevo, por isso sou tão critica com traduções mal feitas. Por isso escolho bem as palavras, ainda que, às vezes, elas não mudem nada.

"Eu vou me acumulando, me acumulando, me acumulando - até que não caibo em mim e estouro em palavras."  Clarice Lispector


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minha trilha dessa vez

domingo, 7 de março de 2010

Coincidências...

O menino das exatas estava certo. Mesmo ela, que costuma achar as coincidências engraçadas e encantadoras tinha que concordar - estava ficando intrigada e até assustada com as freqüentes coincidências com que tem se deparado.

Histórias que de repente se cruzam, pessoas que aparecem em lugares inesperados, palavras ditas em perfeita sintonia, músicas que tocam no momento exato. Tudo aquilo que não se esperava acontecer, e que teoricamente não era pra estar acontecendo, acontece.

Algo de recorrente. Semelhanças, cidades, nomes, pensamentos, histórias, sofrimentos, acontecimentos. Mas é tudo apenas coincidência. (Será?!)

Diante do espelho ela foi ajeitar o pingente do seu colar, aquele colar, que carregava tanto significado. Apesar de tudo, ela continuava a ostentá-lo em seu pescoço, adornando o seu belo colo, próximo ao seu próprio peito. Ela continuava impregnando-o com seu cheiro e com seus sentimentos.

No dia anterior riu por dentro ao ler a história de um outro cordão reencontrado, igualmente cheio de significado e capaz de evocar lembranças de uma história que já não era... Achou aquilo tudo tão familiar.

Era o dia seguinte àquele telefonema e bastou aquele simples gesto para que, como que por mágica, o cordão rompesse deixando escapar por entre os seus dedos delicados o coração que nele estava pendurado.

Foi o coração dela que disparou, que gelou, que quase parou. Ela nem teve tempo de entender o que tinha acontecido. Agiu por impulso. Foi num reflexo rápido que o segurou. Olhou para aquele coração em suas mãos e lembrou-se de quando este lhe fora dado e da promessa que ela havia feito de dele cuidar.

Aquele coração havia sido entregue a ela assim como ela havia entregado em troca o seu. O seu agora já não mais lhe pertencia, nunca fora lhe devolvido. Ela continuava a possuir aquele que estava em suas mãos? Já não sabia se conseguiria viver sem ele, pois era o único que lhe restara.

E enquanto o guardava com carinho para não perdê-lo pensou: é realmente muita coincidência...


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O sumiço da net também foi só coincidência...

domingo, 21 de fevereiro de 2010

Comédia Romântica

Era pra nossa história ser assim: pra gente se apaixonar aos poucos, pra de repente a gente se dar conta que não conseguia passar muito tempo sem se falar e que ficava com cara de bobo só pensando na próxima vez que a gente ia se encontrar. Que nossas mãos se encontravam, se atraiam. Que a gente não queria ficar mais longe um do outro. Que a gente queria mesmo era ficar junto.

Era pra gente descobrir tudo isso assim, por acaso, num mergulho no mar. Quando nossos olhares se encontrassem e gente nem conseguisse saber quem começou a rir primeiro, quem despertou o riso de quem.

Era pra gente rir depois das nossas trapalhadas, era pra no final tudo dar certo. As brigas, quando acontecessem deviam ser só um pretexto pra gente fazer as pazes. Não, nem precisava de brigas. Podia ser só charminho mesmo.

Era pra todo dia acordar com beijos, com sorrisos convidativos e com café na cama nos dias mais especiais, ou mesmo só por surpresas sem motivo. Era pra nunca se negar um beijo. Era pra nunca precisar pedir um.

Era pra gente passear no parque de mãos dadas, pra andar na beira da praia, pra eu ler um livro encostada no teu ombro ou pra pegar no sono sentindo teu cheiro vendo filminho com brigadeiro na TV. Era pra no teu abraço o tempo parar e todas as dúvidas e problemas desaparecerem.

Era pra gente ser o casal apaixonado no ônibus, pra deixar todo mundo com inveja da nossa felicidade, das palavras escritas nos muros e na areia. Era pra eu rir das tuas piadas e você das minhas manhas. Era pra gente ter apelidos só nossos. Era pra gente ser feliz junto.

Era pra gente poder sonhar com um futuro, imaginar a decoração da casa, a posição dos móveis e as noites preparando o jantar e conversando sobre os acontecimentos do dia, ouvindo música e até se divertindo lavando os pratos entre beijos roubados e no fim da noite poder dormir de conchinha.

E durante um tempo a gente era tudo isso, sonhava tudo isso. A gente devia viver pra sempre essa história que até ficaria bem no cinema, mas que não tinha personagem, aqui é a vida real! ¹ Porque esse romance insistiu em virar drama? Ainda não é a hora de subirem os créditos.


“Você gosta mesmo de mim
Acho que só agora eu começo a ver
Que tudo que você me disse
É o que você gostaria que tivessem dito pra você
E eu queria que o tempo pudesse voltar dessa vez” ²

  1. Livremente citando Lulu Santos - Tudo Igual
  2. Trecho de Comédia Romântica - Legião Urbana

sábado, 13 de fevereiro de 2010

Saturday Night Fever

As pessoas fervem lá fora ao som da música alta, dos fogos, ao sol. Barulho, agitação, multidão, calor. Um verdadeiro caos. As pessoas enlouquecem. O exagero de tudo me incomoda.  A obrigação de ser feliz com data marcada também. Ser feliz é algo que eu me permito todos os dias

A vontade era de ir pra longe de tudo isso. Mas essa febre que não passa, não me deixou seguir em frente e me fez continuar a arder aqui, entre suor e calafrios, sozinha, durante todo o dia. Eu fiquei, você não. E agora que o sol esfriou e já se pôs é a febre do sábado à noite que me consome ainda mais. A noite linda convida, a lua me chama, mas a ausência de um par me faz perder toda a vontade de dançar. Hoje eu quero sair só.

Filme antigo pra embalar?! Melhor não... vou acabar desejando ainda mais o convite dança comigo?” Melhor então dormir, quem sabe sonhar. Talvez seja uma boa maneira de me ocupar, talvez seja a maneira mais agradável de fazer o tempo passar. Talvez. Poderia ser se ainda houvesse sono, se já não tivesse gasto todo ele.

Volto à cama e penso: amanhã é outro dia. Só me deixe aqui quieta. Isso passa. Apago a luz, ligo o rádio. A música parece acertar o meu momento, quando nem sei por que me sinto assim. E, diante da Via Láctea, não consigo distinguir se estou realmente de olhos abertos ou fechados. Lembrei-me então de fechar os olhos...




Não me dê atenção. Mas obrigada por pensar em mim.

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Só meu!

Não é que a felicidade dos outros esteja me incomodando. Nem é que eu esteja exatamente com ciúmes. É um pouco triste ver que sobra ainda menos tempo pra mim, mas o ponto não é esse. O ponto é que entre tantas declarações aparentemente apaixonadas, eu me pergunto se elas realmente sentem de verdade, se realmente sabem o que é amar alguém de verdade. Me incomodo com quem fica banalizando esse sentimento.

Às vezes me pergunto é se essas pessoas realmente sentem o sublime que isso deve ser, ou se apenas vão vivendo como viveriam qualquer outro dia, com qualquer outra pessoa. Me pergunto se elas merecem ou são realmente dignas de tal felicidade, de ter alguém do seu lado. E, se são, elas têm obrigação de ser felizes! De fazer a outra pessoa feliz também! De aproveitar isso sem ficar inventando problemas!

Como tem gente que pode dizer que sabe o que é amar se vive trocando de par como quem troca de roupa?! Se vive saindo de uma relacionamento pro outro? Não sabem realmente o que é amar alguém e não sair por ai usando pessoas e depois descartando. Não sabem o que é perder noites de sono lembrando da pessoa amada, lembrando apenas do sorriso dela. O que é estar junto de verdade, não apenas no corpo. Não sabem o que é desejar continuar junto. São pessoas que estão mais preocupadas em serem felizes do que em fazerem felizes. Eu quero poder ficar feliz em ver a felicidade delas. E não revoltada por vê-las deixar escapar a chance das mãos.

Logo eu que sinto tanto e tão verdadeira e intensamente, acabo estando sozinha, sem ter com quem compartilhar tal sentimento. Às vezes acho que só eu devo sentir isso assim... tão forte, tão puro. Queria mais que isso. Queria alguém pra sentir junto e junto de mim. Queria fazer feliz alguém que quisesse me fazer feliz também.

Um sentimento tão lindo, tão sublime, tão raro, tão mágico merece ser vivido por quem sabe apreciá-lo e valorizá-lo, reconhecendo-o como tal.

No dia em que essas pessoas sentirem isso talvez elas entendam quando eu falo do que eu sinto, dessa intensidade, desse querer, desse sentimento que parece ser tão e só meu.

domingo, 7 de fevereiro de 2010

Procura-se:

Alguém que realmente entenda o significado da palavra saudade. Que realmente valorize uma amizade. E que saiba de onde vem a real felicidade.

Alguém que considere um abraço um êxtase, que sorria só ao lembrar de um sorriso, que entenda o que dizem olhares silenciosos e que beije porque os beijos pareceram-lhe simplesmente conseqüentes e inevitáveis.

Alguém que sempre saiba como encontrar minhas mãos e que saiba passear as suas pelos meus cabelos e cintura. Que simplesmente nossas mãos possam passear juntas enquanto andamos de mãos dadas. Alguém a quem eu nunca precise pedir um abraço, porque sempre vai saber a hora certa de me abraçar. Alguém que enxergue na minha carência um pretexto pra colo e carinho.

Alguém que sonhe acordado lembrando... Que ligue só pra ouvir uma voz. Que passe horas falando sobre qualquer coisa, das coisas sérias às maiores bobagens, mas que não se contente em se manter longe, só com telefone, nem com msn... Alguém que saiba se fazer presente e faça de tudo pra estar perto, bem pertinho.... de rostinho colado dançando juntinho, mesmo sem saber dançar, no meio da sala, no ritmo das batidas de dois corações.

Alguém que não precisa saber dançar, mas que não tenha vergonha de tentar, nem de parecer bobo só porque ta com cara de apaixonado, que não tenha vergonha de fazer demonstrações públicas de afeto, nem declarações espontâneas de carinho.

Alguém que não deseje apenas um momento, que deseje um futuro. Alguém que não se sinta intimidado ou assustado quando ouvir um EU TE AMO! Alguém que também não siga indiferente a isso. Alguém que não tenha medo de também dizer quando sentir. Alguém que diga. Alguém que sinta.

Alguém com quem eu possa compartilhar os sonhos, os sonos e cochilos. Alguém com quem eu possa desejar filhos. Alguém com quem eu possa sorrir e também possa chorar. Alguém pra quem eu possa ser também o sorriso e de quem eu possa enxugar as lágrimas. Que saiba que pode contar comigo quando tiver mal e que não se esconda de mim nessas horas pra que eu possa dar colo e dengo. Alguém que saiba ficar em silêncio.

Alguém que não tenha medo de matar baratas, já que eu não escapei do clichê feminino do medo de insetos e afins... Não importa se for louco por futebol, contanto que pense em mim cada vez que fizer um gol, que eu juro comemorar junto mesmo quando estiver todo suado. Não importa tanto se roncar, contanto que não se incomode quando eu pedir pra virar de lado, e até me abrace quando fizer isso. Não importa se tiver medo do escuro, prometo não o deixar sozinho.

Alguém que tenha defeitos, pois qualquer um que ostente perfeição não passará de uma ilusão. Mas que, aos meus olhos esses defeitos possam ser poucos e aceitáveis, assim como espero que sejam os meus, pois também os tenho, para que não seja uma tarefa tão difícil conviver, antes
 que isso possa ser na verdade um prazer. E que esse alguém me ajude a melhorar reminiscentes defeitos e me faça querer ser cada dia melhor pra ele, e ele pra mim.

Alguém que quando eu começar com meus papos-cabeça me leve a sério mesmo sorrindo das maluquices faladas. E que, quando eu reclamar o motivo do riso, dispense respostas e sossegue as dúvidas nos seus gestos de aconchego.

Alguém que saiba que eu não dependo dele nem pra caminhar nem pra viver, mas que apesar disso eu o desejo ao meu lado durante toda a caminhada da vida. Alguém que igualmente esteja comigo por escolha, não por obrigação.

Alguém que não peça permissão. Que simplesmente chegue disposto a tomar conta do lugar que sempre lhe pertenceu. Que nessa matemática louca do amor 2 sejam 1.

Alguém que...

Será que eu já encontrei?!

quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Os Dias

Há dias em que é tão difícil existir. É difícil até pensar. Há dias em que parece que não vou sobreviver. Que não vou conseguir suportar a saudade, o vazio. Que a existência de tudo é sem sentido. Que eu não vou conseguir continuar sozinha. É insuportável a incerteza. É sufocante. Fico irritada. Sinto raiva. Mas acho que isso não é revolta. Isso é cansaço. É carência. Só to cansada de ser aquela que luta, luta, luta e nunca vence. Nunca o que eu faço é suficiente. Nunca satisfaz.

Há dias em que parece que tudo volta ao seu lugar. Há dias em que pareço mais razoável, mais equilibrada, mais sensata. Parece até que tudo faz sentido. Que as coisas vão ficar bem. Que tudo vai se acertar. E que eu consigo sim lidar com tudo isso, com toda espera. Que haverá a hora certa pro amor. Que ele será possível. Que será bom. Que será vivido. Só que esses dias acabam não durando muito, porque eu tenho pressa e não quero ficar vendo o tempo passar...

Mas há dias em que acordo diferente. Não sinto vontade de nada, nem de estar com ninguém. Há dias em que tudo isso parece uma bobagem. Não tenho vontade de amar. Há dias em que penso que o amor não é pra mim. Não quero saber do amor, nem de você. Penso que continuar a desejar ou a sofrer por isso chega a ser ridículo. Não quero ver, ouvir,nem saber de ninguém. Não quero que ninguém saiba de mim. Se é pra me fazer sofrer mais, pode me deixar só. Fica tudo tão claro, tão calmo, tão limpo. Nesses dias pareço serena, calma, feliz. Nesses dias não me sinto eu. Porque se é pra viver assim, nesses dias é melhor nem nascer.


Me pergunto... isso tudo devia fazer algum sentido?