domingo, 7 de março de 2010

Coincidências...

O menino das exatas estava certo. Mesmo ela, que costuma achar as coincidências engraçadas e encantadoras tinha que concordar - estava ficando intrigada e até assustada com as freqüentes coincidências com que tem se deparado.

Histórias que de repente se cruzam, pessoas que aparecem em lugares inesperados, palavras ditas em perfeita sintonia, músicas que tocam no momento exato. Tudo aquilo que não se esperava acontecer, e que teoricamente não era pra estar acontecendo, acontece.

Algo de recorrente. Semelhanças, cidades, nomes, pensamentos, histórias, sofrimentos, acontecimentos. Mas é tudo apenas coincidência. (Será?!)

Diante do espelho ela foi ajeitar o pingente do seu colar, aquele colar, que carregava tanto significado. Apesar de tudo, ela continuava a ostentá-lo em seu pescoço, adornando o seu belo colo, próximo ao seu próprio peito. Ela continuava impregnando-o com seu cheiro e com seus sentimentos.

No dia anterior riu por dentro ao ler a história de um outro cordão reencontrado, igualmente cheio de significado e capaz de evocar lembranças de uma história que já não era... Achou aquilo tudo tão familiar.

Era o dia seguinte àquele telefonema e bastou aquele simples gesto para que, como que por mágica, o cordão rompesse deixando escapar por entre os seus dedos delicados o coração que nele estava pendurado.

Foi o coração dela que disparou, que gelou, que quase parou. Ela nem teve tempo de entender o que tinha acontecido. Agiu por impulso. Foi num reflexo rápido que o segurou. Olhou para aquele coração em suas mãos e lembrou-se de quando este lhe fora dado e da promessa que ela havia feito de dele cuidar.

Aquele coração havia sido entregue a ela assim como ela havia entregado em troca o seu. O seu agora já não mais lhe pertencia, nunca fora lhe devolvido. Ela continuava a possuir aquele que estava em suas mãos? Já não sabia se conseguiria viver sem ele, pois era o único que lhe restara.

E enquanto o guardava com carinho para não perdê-lo pensou: é realmente muita coincidência...


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O sumiço da net também foi só coincidência...

Um comentário:

  1. Coisas - a nossa memória externa!
    Pessoas e seus significados próprios.
    Em algum momento eles acabam se misturando...
    Pq?

    =**

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