"Comparisons are easily done
Once you've had a taste of perfection...
I guess second best is all I will know"
Thinking Of You - Katy Perry
Me lembro quando perguntei um dia a uma amiga da época do colégio como ela sabia que gostava de alguém, como se teria certeza de que se ama outra pessoa? Ela olhou pra mim, riu e apenas disse: isso é o tipo de coisa que a gente simplesmente sabe, sente, não tem muito como explicar; quando você sentir, você vai saber! Nunca esqueci dessa breve conversa que tivemos. Acho que ela mesma talvez nem lembre. Demorou um bom tempo para que eu realmente sentisse algo assim, mas ela estava certa.
Nunca fui do tipo que achei que é preciso sair por aí provando de muitas bocas para enfim saber qual é a certa. Sempre achei que é como uma comida que você prova e sabe que é boa, não precisa provar as ruins. Na verdade, sempre sonhei em casar com meu primeiro namorado. Nunca ter ex. Nunca sofrer com o fim de um relacionamento. Nunca me perturbou a idéia de ficar com um só, mesmo existindo tantos outros espalhados pelo mundo. Sempre fui apaixonada pela sensação de intimidade, de ter alguém, pra você, 'único no mundo', com quem você sente vontade de compartilhar a existência e o todo o resto. E é realmente uma coisa mágica quando isso acontece.
Não existe 'combinação perfeita', 'duas metades da laranja'. Existem diferenças, imperfeições, defeitos, mas ainda assim existe mágica. Dois inteiros se vendo complementares, aprendendo como é ser completos. Aprendendo. E depois que a gente descobre como pode ser bom, como é ser tão mais, como é não ser só, como é ter e como é poder ser pra outro, difícil é aceitar não ser.
Estar com alguém não é amar. Eu-te-amos não brotam da minha boca facilmente. Um eu-te-amo dito, é um eu-te-amo sentido. E uma vez sentido, como dessentir?! Eis o grande problema. Amor é pra sempre. É irreversível. E mesmo na distância, na ausência, nos momentos de mágoa, amor é amor. E se preocupa, e sofre, e quer bem. Amor que é amor quer a felicidade do outro. Amor que é amor quer ser gritado, mas ama mesmo calado e não pode ser julgado.
Eu acredito em encontros. E igualmente em desencontros. Eles acontecem, o tempo todo, a nossa volta. Eu acredito numa coisa chamada momento. Pessoas certas que se encontram simplesmente num momento errado das suas vidas, e fica aquela eterna dúvida: e se?! Se fosse numa outra fase, duma outra forma, com outra cabeça... Ainda seriam eles, em essência, mas talvez mais preparados pra lidar com as diferenças.
Amor é mais. É mais que química. É um passo além na amizade. É carinho, respeito, diálogo, preocupação. Amor, amor, é raro. Não se encontra em qualquer balada, em qualquer esquina. E se você encontrar no supermercado, garanto que não será à venda nas prateleiras! Esteja atento. Mas não demais. Porque quando ele chegar, você há de saber. E não vai se contentar nunca mais com menos que ele.