sexta-feira, 30 de julho de 2010

Impressão

Não me importa se você não repara nas minhas unhas vermelhas impecáveis ou no traço perfeito do meu delineador. Você não precisa entender de moda ou de como os meus sapatos combinam com a minha roupa. Basta apenas que tudo isso valha a pena e que simplesmente te veja olhar-me impressionado dizendo – “como você tá linda, meu amor!”

No final das contas, é sempre pra você.


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Sinto falta dos elogios constantemente calados.

sábado, 12 de junho de 2010

Refrão de um Bolero

Ao menino do sorriso mais lindo do mundo.

Eu sei que é estranho eu passar tanto tempo calada, sem dizer nada. Eu sei que pode parecer que to te evitando. Sei que posso até fazer parecer que tudo tem sido muito fácil e que já não sinto tanto. Mas nem tudo é o que parece. Seus olhos só vêem uma parte da história. E meu sorriso disfarça as lágrimas e esconde a dor.

O problema é que não vou consigo me manter por perto. Não sem poder te dizer tudo aquilo que grita dentro de mim, sem poder compartilhar tudo contigo. Não vendo você tentando ser frio e indiferente a mim. Não esperando por elogios que nunca vêem. Não sem poder contar com o seu carinho. Não sem poder te cobrir de mimos. Não morrendo de curiosidade sobre a sua rotina e morrendo de ciúmes de todo mundo que participa dela mais que eu. Porque eu sei que não adianta eu tentar me conter.

Eu já sei o que acontece quando eu insisto em calar. Quando seguro demais as palavras dentro de mim, uma hora elas fogem, escapam descontroladas, transbordam numa intensidade tremenda. Quando eu menos espero, falei sem pensar! Me arrependo roendo as unhas... Me sinto cometendo um crime sem perdão: ser sincera como já não posso ser. É.. um erro assim, tão vulgar.

O problema é que não consigo me manter distante. Não com você invadindo cada pensamento meu. Me fazendo lembrar de você o tempo todo. Na música que toca, no cheiro de Listerine. Me perseguindo em todos os lugares, nas lojas de departamento, no ônibus, atrás de mim nas escadas rolantes. Sussurrando no meu ouvido em público. Me distraindo quando preciso me concentrar, mas tudo em que eu consigo pensar é no seu sorriso.

Sabe.. se pelo menos eu conseguisse sentir raiva de você, ou acreditar que você não é nada disso e que tudo não passa de fantasia minha, tudo poderia até ser mais fácil. Mas a sua cara de mal e esse seu tipo podem enganar a todo mundo, não a mim.

Lamento te dizer, mas você é um péssimo ator! E você não me convence encenando esse papel do ‘cara que você não é’. Mesmo assim eu fico triste quando vejo que você continua a tentar me convencer. É como se você quisesse transformar todo o resto numa mentira, como se nada daquilo fosse real. Ou pior, falando como se o que eu sinto fosse uma mentira. Querendo insinuar que te esqueci e que procuro teu carinho em outros braços. Quando minha carência é de você e ninguém mais sacia. Ela não me aproxima dos outros, me afasta. Para estar com companhia é preciso estar bem. Vai ver por isso ando um tanto só.

Não adianta querer me convencer que já não sou importante na sua vida e continuar a ter ciúmes de mim. Não dá pra ter ciúmes de mim se você não vai estar aqui pra me abraçar quando eu preciso. E como eu posso querer outro abraço se o único que eu realmente desejo é o seu?

Desculpa, mas eu não vou facilitar as coisas pra você. Eu não vou deixar você acabar se convencendo e acreditando na mentira que você mesmo inventou. Eu não vou participar do seu teatro fazendo o papel da ‘moça que vale a pena você esquecer’. Você sabe que o meu realismo estraga tudo. E a realidade é a seguinte:

Eu te amo e ainda não descobri nada que mude essa realidade, mesmo você fazendo questão ser tão chato e tentando me convencer que eu não deveria te amar. Eu sou a mulher da sua vida e você não vai encontrar ninguém que te ame mais que eu, acho melhor você se conformar.

Eu sei que lá no fundo você é um convencido! Você sempre acha que tudo que eu escrevo é pra você, quando na maioria das vezes eu estou só conversando comigo mesma ou com a minha imaginação. Mas se você é parte de mim, como posso separar as coisas? É tudo tão misturado que não sei onde começa uma coisa e onde termina a outra. É simplesmente complicado me sentir privada de uma parte de mim.

Por isso hoje eu estou aqui, rompendo o silencio e declaradamente escrevendo pra você. É torturante ter que guardar todas essas palavras. Eu posso não dizer, mas as palavras continuam todas aqui, comigo.

Escrever é um meio de procurar a minha paz. Paz que você levou embora deixando apenas essa ansiedade tumultuando os pensamentos. Bandido! Eu sei que você roubou meu coração. Pode ficar com ele, mas devolve ao menos a minha paz!



Ass: Ana
Aquela que ainda atrai os seus instintos mais sacanas.

sexta-feira, 23 de abril de 2010

Alucinação.

Eu hoje estava me sentindo sozinha, olhando pela janela, fone no ouvido... Até que senti você sentando ao meu lado e simplesmente encostei no teu ombro. Deixei apenas a música tocar e fiquei sentindo teu perfume, teu cheiro. Pensei em sugerir descermos na parada do shopping e pegarmos a próxima sessão de qualquer filme. Ou então parar no parque... aproveitar o fim de tarde, o pôr-do-sol. Mas não tive ação. Parecia tão mais cômodo simplesmente continuar ali, apenas te sentindo. Qualquer coisa que me fizesse sair daquele equilíbrio poderia me acordar do sonho.

Lei da inércia.


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Ando sinestésica.
Alucinações sensoriais já se tornam corriqueiras e normais.

quinta-feira, 15 de abril de 2010

Óculos Escuros

Ao pequeno notável.

Vc me faz muita, muita falta, meu amigo.

Há tanto que eu escrevo que eu gostaria que vc lesse... que visse...
Há tanto que sinto que gostaria de te dizer.

I ask to me everyday if you still love and remeber me....

Hoje (não apenas, mas especialmente... talvez pq hoje é um daqueles dias de nó na garganta) nossas músicas tocaram uma atrás da outra no radio... Senti saudade (e vontade) de sair cantando no meio da rua com você... Ou de roubar tua agenda pra rabiscar trechos e insights...

Eu teria te ligado se seu número ainda fosse o mesmo.... podia fingir que foi engano e simplesmente cantarolar como se não tivesse visto discar...


"And we don't care about the young folks
Talkin' 'bout the young style
And we don't care about the old folks
Talkin' 'bout the old style too

And we don't care about their own faults
Talkin' 'bout our own style
All we care 'bout is talking
Talking only me and you

Usually when things has gone this far
People tend to disappear
No one will surprise me unless you do

I can tell there's something goin' on
Hours seem to disappear
Everyone is leaving I'm still with you"

But I am not with you... and you are not with me....

Os óculos escuros que usava, por causa de uma certa dor-de-cabeça, me pareceram bem oportunos enquanto lágrimas escorriam e eu ouvia


"Lovers, they may cause you tears
Go ahead release your fears
Stand up and be counted
Don't be ashamed to cry"

Pensava que era pra mim que se dizia

"You gotta be bad, you gotta be bold, you gotta be wiser
You gotta be hard, you gotta be tough, you gotta be stronger
You gotta be cool, you gotta be calm, you gotta stay together"

E repetia

"All i know, all i know, love will save the day"

 Eu só preciso de uma palavra. Vc também sente? 

                                                                    Ass: Cherie

sábado, 3 de abril de 2010

Só pessoas.

As pessoas deviam ser só pessoas. Não deveriam estar dividas ou rotuladas em “elegíveis” e “não-elegíveis”, “proibidas” ou “permitidas”.

A mágica, o encanto que une duas pessoas, mesmo numa amizade, é tão raro, tão lindo, tão especial... Isso devia poder ser vivido e não ter que ser negado, suprimido, disfarçado.

As histórias deviam poder continuar sem que tivessem que se tornar apenas histórias de “meninos perdidos” que nos deixaram com um sorriso nos lábios quando entramos sozinhas no vagão do trem.

Se é tão raro, e se não acontecer de novo? Se nunca mais ninguém conseguir me fazer sentir isso de novo? Acho que não vou me contentar com menos que isso depois de saber como pode ser.

Enquanto não descubro as respostas, eu continuo me perdendo entre sorrisos, olhares e reticências... que sempre me fazem querer continuar a história pra ver aonde ela vai dar.

quarta-feira, 17 de março de 2010

Coisas que você (não) precisa saber...

Não se deixe levar (apenas) por suas primeiras impressões sobre mim. Não sou apenas um belo sorriso, tampouco apenas mais um par de olhos tristes. Meus olhos são olhos que falam e podem ter longas conversas com os seus. São olhos que também sabem sorrir muito bem.

Quando você me vir sentada e quieta numa festa, não me tome por uma pessoa séria, recatada e um tanto anti-social. Mas também quando me vir rodeada de amigos, não me julgue como uma apenas mais uma garotinha popular.

Tenho a tendência de ficar envergonhada perto das pessoas que eu gosto e acabar sem saber o que falar. Mas posso disfarçar muito bem minha timidez em muitas palavras. E por isso mesmo é possível que eu fale sem parar. Posso parecer muito eloqüente ou provavelmente bastante desastrada.

Não pense que não sei dançar. E quando me vir dançando não pense que não sei recusar. Quando eu recusar, não pense que quero te magoar.

Quando você me achar boba, não pense que não sei falar serio. E quando me vir falando sério, não pense que não sou capaz de falar besteiras. Não sei contar piadas. E possivelmente não vou rir quando todos rirem nos filmes de comédia.

Sou alguém que tanta fazer as coisas certas, mas não pense que tenho pretensão nenhuma de parecer perfeitinha. Eu sou alguém que erra, que tem defeitos, que pode sem querer machucar alguém e que vai precisar de perdão. Sou alguém que pede ajuda quando não sabe fazer sozinha. Também preciso de críticas sinceras que me ajudem a melhorar.

Talvez às vezes eu possa parecer chata, fria, indiferente e pode até parecer que quero continuar distante. Mas não é nada disso, na maioria das vezes é só medo. Medo de sofrer de novo, de me apegar e acabar machucada, ferida. Quando eu gosto não sei ser superficial e acabo tendo medo de me apegar. Eu não sou boa com despedidas.

Amei. Amei demais. (Não sei exatamente se esse é o tempo verbal correto para essa frase.) Mas assim como amei, também sofri. E não posso negar que todo esse sofrimento (e esse amor) me deixou marcas, cicatrizes, algumas muito profundas.

Qualquer um que queira fazer parte da minha vida, inevitavelmente será confrontado com elas. Elas explicam muito dos meus medos, inseguranças. Elas justificam algumas das minhas atitudes e são responsáveis por muito dos meus contornos. Só espero que você não se assuste com elas, nem desista antes mesmo de tentar.

Como todo mundo eu posso ter dias ruins, sentir cólica, dor de barriga, ficar de mau-humor. Eu posso falar pelos cotovelos, mas posso também dar uma de autista e ficar isolada e calada no meu mundinho. Posso até parecer impaciente, mas sei ouvir durante horas quando isso é necessário. Posso falar até sozinha, mas, acredite, sei usar de poucas palavras.

Também tenho medo, sinto solidão, fico carente, me acho feia certos dias no espelho. E gosto de receber elogios sinceros, mesmo que eles me deixem encabulada. Posso fazer manha só pra ganhar um carinho, pra conseguir mais um abraço. Mas abraço de verdade e beijo sempre com vontade. Sei fazer um cafuné maravilhoso.

Fico melancólica nos dias de chuva e gosto das tardes e noites frias, de preferência bem acompanhada, nem que seja por um bom filme com chocolate quente. Aprecio boa música, bons livros e bons vinhos. Sou apaixonada pela lua, pelos lírios e pelas borboletas. Morro de vontade de ter filhos e de voltar a ter cachorros. Eu luto pelo que acredito e defendo quem amo.

Mais que isso, acho que você precisa merecer pra saber.

sexta-feira, 12 de março de 2010

Antes e Depois

É doloroso pensar no antes, e muitas vezes eu prefiro não pensar, mas nada se compara a angústia de pensar no depois.

Antes, eu não existia. Não havia o sentimento tão forte e tão lindo que nos uniu. Não havia o compromisso. Não havia nós. Mas pensar no depois significa que deixei de ser. Significa ser esquecida, ser superada, ser substituída. Significa não mais despertar o interesse. Significa não mais sentir por mim. Significa que o encanto que eu despertava é passado. Isso dói.

Mas é mais que isso. Significa não apenas não ter aquilo que ainda desejo como também ver esse alguém pertencer a outra pessoa. Não suporto pensar em outro alguém recebendo os carinhos que um dia foram pra mim. Não suporto a idéia de pensar alguém ocupando o lugar que foi meu, no lugar em que eu gostaria de ainda estar. E apenas imaginar isso já é suficiente pra me transtornar.

Não quero ser esquecida! Não quero ser superada! Não quero ser substituída! Não consigo me acostumar em não te ter. Não suporto ver ou sequer pensar em ver aquilo que ainda desejo ser de outra!

Não consigo querer mais ninguém, não consigo sequer imaginar mais alguém do meu lado. Meu sentimento e meu carinho são por ti e não podem ser de mais ninguém. Não consigo pensar num depois porque não consigo deixar de querer que o antes ainda fosse durante e o que o durante pudesse ser para sempre.



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Esquecer nunca foi meu forte. As datas são só detalhes... são apenas marcos que constatam que o tempo passa e os sentimentos continuam. Isso me desespera.

É irreversível.