Sinto saudades do teu toque
Do teu rosto e teu sorriso
Dos teus lábios nos meus lábios
De falar a mesma língua
Língua. A tua na minha.
Perfeita sintonia de olhares
Que se entendem no absoluto silêncio
Torna palavras desnecessárias
Quando se respira o mesmo ar
Quando há tanto a dizer
Quando o coração dispara
Quando emoções pululam
Quando perde-se a fala
O tempo é uma ilusão
Quando estamos juntos
Temos a eternidade
Pra quê pressa?
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Poema escrito em maio de 2008 e nunca antes publicado.
Rest in peace here.
Não falar não faz os sentimentos não existirem. Eles continuam aqui, dentro de mim, me consumindo. Preciso colocá-los pra fora de alguma forma. Então, eles ficam aqui (des)abafados em longas cartas pra ninguém.
quarta-feira, 30 de novembro de 2011
quinta-feira, 27 de outubro de 2011
Das coisas não ditas.
Há tanto pra dizer e tantas coisas que gostaria de contar. Te falar de como têm sido os dias, que simplesmente passam sem parar, e de tantos acontecimentos e esquecimentos, dos pequenos encantamentos de uma rotina agitada. Te contar do que ando fazendo, de como ando correndo. Eu provavelmente ia reclamar do cansaço e ia falar da falta que faz o teu abraço. Eu ia te contar de gente que você nem conhece, mas que faz parte de mim. Eu ia falar de quem nem eu conheço, mas que em algum momento me fez rir. Eu queria te falar de mim.
Te encontrar pra um almoço, andar por aí com as mãos no bolso. Falar do tempo, dos dias de sol e vento, das chuvas desprevenidas, das sombrinhas esquecidas... É... o clima tem andado louco. Te contar do trânsito e de todo o sufoco, do casal apaixonado que vi no ônibus, ou das músicas que ouvi enquanto olhava a janela e me peguei sorrindo lembrando de você.
Eu poderia te contar da minha imensa dor e chorar no teu ombro meus desalentos, te ver me acalmar de todos os meus medos, e a gente acabar rindo jogados no sofá. Eu poderia estudar te fazendo cafuné te explicando tudo aquilo que você nem queria saber. Te contar dos casos clínicos e te fazer de cobaia ao mesmo tempo. Te demonstrar todos os meus aprendizados do último curso, falar de todos os planos pro futuro, compartilhar minhas alegrias e as pequenas conquistas de cada dia.
Eu poderia te ligar, assim, como quem não quer nada. Apenas pra te contar o sonho dessa madrugada. Só pra falar da falta, pra fazer você saber dessa saudade calada, da saudade cansada de tanto desencontro. Poderia pedir colo e carinho. Reclamar dessa história de ter sempre que estar 'sozinho'. Eu poderia dizer que te amo, sussurrar milhões de vezes baixinho. Ou quem sabe gritar e acordar todos os vizinhos.
Eu poderia dizer tudo isso mas já não te interessa ouvir.
Foi você quem quis se perder de mim.
O que não sabes é o quanto de mim ainda está perdido em ti.
“Penso sempre que um dia a gente vai se encontrar de novo, e que então tudo vai ser mais claro, que não vai mais haver medo nem coisas falsas. Há uma porção de coisas minhas que você não sabe, e que precisaria saber para compreender todas as vezes que fugi de você e voltei e tornei a fugir. São coisas difíceis de serem contadas, mais difíceis talvez de serem compreendidas - se um dia a gente se encontrar de novo, em amor, eu direi delas, caso contrário não será preciso.” Caio Fernando Abreu.
segunda-feira, 23 de maio de 2011
O Fim do Mundo
Disseram que o mundo ia acabar. Mas as pessoas dizem muitas coisas. Dizem, mas não sabem o poder que suas palavras têm. O poder de destruir mundos inteiros, sonhos e futuros. O fim nem sempre vem com gritos, explosões ou terremotos. A morte pode ser lenta, torturante, silenciosa. Morre-se aos poucos, um pouco a cada dia. Sentindo-se por vezes impotente diante da pior das armas: a indiferença. O silêncio também mata. Às vezes, pra se viver, é preciso deixar de se escutar o que é dito. Outras tudo que se precisa é de uma palavra para que ainda exista sentido sobreviver. O mundo, por enquanto, continua aí. Quem morre somos nós, de infinitas mortes.
Ressuscitaremos, enquanto nos restar o AMOR.
sábado, 12 de março de 2011
Palavras pra quê?
Eu tinha tanta coisa pra dizer. Tudo parecia tão urgente, tão lógico. Pensamentos que vinham sem parar na minha mente, conversas inteiras que imaginei durante horas. Mas na sua frente tudo consegue simplesmente desaparecer. As palavras me fogem. Eu fico com cara de boba, perco a fala, esqueço tudo, não sei o que dizer. Pensei então que eu devia escrever... Desisti. Palavras pra quê?
quinta-feira, 23 de setembro de 2010
Poder de Atração
To cansada de viver como se eu tivesse um poder que eu não tenho e do qual eu não posso me aproveitar. To cansada desse 'poder' so servir pra afastar as pessoas de mim. To cansada de ter que ficar me esquivando e de nunca poder ter certeza se é verdade, por que não ia poder ser. É como se eu despertasse um estranho fascínio, mas nunca pudesse ser mais que uma ‘ótima amiga’.
Sou sempre aquela ‘indispensável’, que é ‘diferente’, que entende o que ninguém mais entende, que é paciente, que é carinhosa, que é capaz de fazer entender a cabeça “complicada” das mulheres. Aquela por quem eles se encantam, mas que acham que nunca poderiam ter. Tudo nunca passa de uma ‘impressão’ que, se questionada, possivelmente me fará ouvir que estou errada, seja por sinceridade ou por medo – continuando a dúvida.
Há sempre aqueles momentos em que eu sei exatamente qual a resposta esperada. Eu sei exatamente as palavras que se deseja ouvir. Eu sei exatamente o que dizer. Eu sei que se diria tudo aquilo que eu queria escutar. Mas eu to cansada de ter que calar, de não poder dizer, de fingir não notar, de não poder pagar pra ver, por saber que, na verdade, nunca ia poder ser. No final das contas, não poderia oferecer mais que a minha amizade. Esse alguém não poderia ser meu e eu nunca poderia ser desse alguém.
To cansada de me sentir culpada como seu fosse errado despertar qualquer interesse, como se fosse impossível alguém simplesmente gostar de mim, como se não devesse deixar ninguém me notar no meio da multidão - E isso quando tudo o que mais se deseja é ser notada. Quando queria acreditar ser capaz de conquistar, de seduzir, de ser olhada como mulher e testar todo esse poder de atração.
Às vezes acho que sou perigosa. Que provoco sentimentos destrutivos nas pessoas e elas precisam se afastar para se protegerem de mim. Cansei de ser deixada pra trás sozinha e abandonada por ser boa ‘demais’. De que adianta então tanta perfeição? Se sou tão boa, porque não se esforçar pra ser bom o bastante para mim?
Sou alguém que eles passam a amar com um amor que mistura carinho e respeito e acaba por se transformar numa “responsabilidade” de cuidar de mim. Dizem que eu mereço algo que eles não serão capazes de me dar e é como se se dedicassem a me proteger pra eu não sofrer. Só que não sou uma boneca de louça que vai quebrar se alguém encostar. Eu sou capaz de lidar com problemas e sei que alguém pode um dia me magoar, mesmo sem querer. Eu não preciso ser protegida. Eu preciso ser amada.
Faço tudo para conservar amizades, mas to cansada dessa sina de nunca poder ser mais que apenas a melhor-amiga. To cansada de ter que guardar meu carinho e não poder dedicá-lo a alguém e de ser digna de também receber carinho em troca. De também ter alguém pra mim e por mim, comigo.
Eu to cansada de aparecer no momento errado na vida das pessoas. “Se fosse em outra época...”, “se as circunstâncias fossem outras...”, “se as coisas fossem diferentes...”. To cansada das suposições do “se”. De que adianta ficar pensando assim quando não é possível mudar o passado?! O terreno do “se” é muito incerto. Não gosto de caminhar sobre ele. Prefiro o solo firme da realidade presente para construir o meu futuro.
To cansada de me sentir sozinha. Não me faça acreditar que eu tenho um poder se nunca vou poder usá-lo para te trazer pra perto de mim. Eu não quero ser apenas sua melhor amiga. Eu não suportaria te ouvir contar-me 'as dores de outro amor e acabar comigo'.
domingo, 12 de setembro de 2010
Carente
Me sinto só...
Eu to precisando me sentir amada. Eu preciso pensar que eu ia fazer falta, mesmo que às vezes eu ache isso apenas uma ilusão... uma mentira. Porque mesmo ‘sabendo’... sinto falta de ouvir isso. Porque é tão difícil alguém dizer que gosta de mim? Porque todo mundo acha que eu sempre sei? Porque eu sempre tenho que saber?
Eu não quero parecer triste... mas eu sinto falta das palavras. Eu não sou tão convencida quanto pareço. É só tipo... e às vezes eu queria não precisar fazê-lo. Porque eu não posso ser vista como uma pessoa adulta e responsável se eu disser que eu quero colo? É um crime tão grande assim querer ser mimada e desejar um cafuné?
Eu queria poder me deixar parecer frágil... e até insegura. Eu queria ser digna do aconchego de um abraço. Porque preciso sempre parecer independente e auto-suficiente?! Eu não vejo problemas em depender de alguém em certos momentos. Afinal, qual é sentido de existir se é pra estar só?! Se não houver alguém pra amar, e nos fazer sentir amados?
Eu quero não precisar de motivos pra ligar... eu sinto falta das conversas casuais... Compartilhar a existência e os sentimentos e angustias, por mais banais que sejam. Me sentir reconhecida, lembrada, querida.
Desinteresse mata.
Desinteresse mata.
Eu acredito em encontros, desencontros e na teoria do caos.
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Dois textos parecem me cair como uma luva e me traduzir perfeitamente meus sentimentos: esse e esse, do 'olhos pisados' de daniel josé #ficadica
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Dois textos parecem me cair como uma luva e me traduzir perfeitamente meus sentimentos: esse e esse, do 'olhos pisados' de daniel josé #ficadica
terça-feira, 7 de setembro de 2010
Behind Blue Eyes
Acredite, só sei sorrir largo porque meus olhos sabem também chorar. Eles colocam pra fora as dores e deixam a alegria entrar. Meus olhos sempre me denunciam. Eles insistem em falar mesmo quando me calo. São a parte mais silenciosa de mim e a que mais grita por atenção. E quando eles brilham olhando pra você, só você não vê.
O que o sorriso disfarça, os olhos revelam!
"Os meus olhos vidram ao te ver. São dois fãs, um par
Pus no olhos vidros pra poder melhor te enxergar
Luz nos olhos para anoitecer é só você se afastar..."
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