sábado, 31 de dezembro de 2011

Unknown

"You don't know me
Bet you'll never get to know me
You don't know me at all
Feel so lonely
The world is spinning round slowly
There's nothing you can show me
From behind the wall"


Caetano já dizia, ne?! “Cada um sabe a dor e a delícia de ser o quê é”. Das lutas, conquistas, dores e alegrias de cada dia, cada um é que sabe das suas. Por isso sempre que vejo alguém com um sorriso nos lábios, valorizo e correspondo – vai saber o quanto aquele sorriso vale! E sempre que vejo um lágrima rolar ou rugas aparecerem, respeito - sabe-se lá os motivos. E como eu gostaria que isso fosse recíproco!

Que eu ame sempre mais e não desista nunca de acreditar, pois é preciso ser forte mesmo quando não se quer. Que eu seja correspondida, porque, pra se ser feliz, tem que ser uma via de mão dupla. Que eu tenha sabedoria e doçura pra dizer o que penso sem precisar ferir. Que eu continue a sorrir, mesmo nas dores, ainda que corra o risco de ser mal-interpretada. 

Que eu tenha paciência com os julgamentos de quem assiste tudo de longe e acha que sabe de toda a história, de quem confunde a maquiagem com a realidade, e o instante com o todo-dia. Que o silêncio não signifique esquecimento e que a distância não se torne indiferença (já que, infelizmente, nem sempre a proximidade significa intimidade também).

Eh.. Os dias não têm sido fáceis, mas ainda espero tudo melhorar.
Desejo continuar, viver, amar. Eu desejo tudo isso pra mim. 
E, quer saber?! Desejo tudo isso pra você.

Como dizia o Falabela, “saúde e paz – o resto a gente corre atrás.”

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 *Trecho de 'You Don't Know Me' de Caetano Veloso

terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Someone Like You

É estranho, mas ainda me pego conversando com você. Na maioria das minhas noites de insônia, ou nos ônibus, lotados ou não, é sempre você que acaba me fazendo companhia. Ainda temos longas conversas e eu consigo ouvir nitidamente a sua voz. Ainda te conto tanta coisa... Seu sotaque continua inconfundível.

Ainda discutimos. E consigo antever todos os seus argumentos e conclusões. Ainda insisto em dizer. Mas tudo é tão assustadoramente real que me pego com saudade do tempo em que as conversas eram boas e leves, que me faziam rir, ou que os desabafos mútuos encontravam consolo.

Ultimamente tudo termina em desacordo. E aquele que costumava me ouvir e desabafar comigo parece um ser distante, que se perdeu no meio de tantas revoltas mal-resolvidas, com uma agressividade incontida, onde um tão falado 'perdão' parece não habitar.

Onde foi parar tudo aquilo que se dizia ser amor? Em algum lugar que já não é aqui. Pois já não há espaço pra ele onde continuam a se remoer sentimentos de mágoa e abismos de silêncio. Se há apenas palavras que machucam, não vale mais a pena insistir nesse diálogo de vozes surdas. Vai em frente e seja feliz! I wish nothing but the best for you.

Já não cabem mais cobranças insensatas, quando há coisas de que não se está disposto a abrir mão. Já não há o que negociar. Acho que é hora de parar de culpar teorias da conspiração e arcar com as consequências das próprias escolhas. Chega de se colocar no papel de vítima. Escreve tua história, pois a minha escrevo eu.

Chega de ficar nessa de 'stuck in a moment'. It's time to move on. Talvez devamos ser protagonistas de histórias diferentes, pois, essa de ser coadjuvante e ficar parado reclamando e esperando parado algo acontecer, eu, pelo menos, nunca me contentarei em ser.


"Nada em mim foi covarde, nem mesmo as desistências.
Desistir, ainda que não pareça, foi meu grande gesto de coragem."
- Caio Fernando Abreu